O Momento das Apostas no Brasil: Incertezas Atuais e Cenários Futuros

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O mercado das apostas esportivas no Brasil está esperando há anos por uma legitimidade, o mercado existe sim, sem dúvida, mas ainda como um nicho. 

Claro que estamos falando de um nicho que, num país do tamanho continental que o Brasil tem, representa sempre uma oportunidade importante para as empresas da indústria de gaming, talvez, mais em perspectiva futura do que na realidade do momento.

O primeiro acontecimento que marcou uma mudança em como os operadores consideravam o mercado brasileiro das apostas foi a legalização da loteria de quota fixa (as apostas esportivas) que ocorreu em dezembro de 2018 quando o presidente Michel Temer sancionou a Medida Provisória n. 846 tornando, de fato, as apostas esportivas legais no Brasil.

Isso gerou uma certa euforia no mercado, quem já estava propondo seu site em português para os apostadores brasileiros viu logo uma oportunidade de aumentar o próprio negócio no país, de consolidar e criar confiança pela própria marca.

Em questão de patrocínio houve uma explosão, muitas casas fechando acordos com os principais times da Série A e B, fazendo investimentos milionários, os estádios se enchendo de placas de publicidade de empresas de betting, empresas recém-chegadas colocando a própria marca na TV…

Estratégias realmente interessantes do tipo “first come, first serve” se pensarmos que, apesar do mercado legalizado, sem ainda uma regulamentação muito bem pensada, o mesmo se encontra ainda numa área cinzenta.

Nesta área de vácuo normativo tudo pode ser feito (ou quase), as casas de apostas tendo um leque de possibilidades de promoção bem maior para alcançar seu público alvo e tentando aproveitar este momento, ainda sem regras bem definidas, para ocupar espaços de grande visibilidade.

A tão aguardada regulamentação será fundamental para dar ao Brasil um ambiente de negócio que seja suficientemente competitivo, de um lado para que os operadores encontrem condições saudáveis para propor os próprios produtos, mas que também ofereçam proteção para os apostadores e também para as empresas que aplicarão para a licença.

Ao meu ver, esse será um ponto crítico, fiscalizar qualquer tipo de atividade num país tão extenso é difícil, ainda mais pensando que hoje não existe nenhum tipo de recurso financeiro ou humano dedicado ao setor das apostas.

Durante os eventos que estão ocorrendo ultimamente se fala muito da possibilidade de ver a indústria regulamentada até o final deste ano, com um período de seis meses de tempo para que isso, digamos, aconteça na prática. Isso é realístico? Eu não sei!

Talvez conheça ainda pouco o Brasil e a sua máquina burocrática, pois não sou grande frequentador de Brasília, mas se eu tivesse uma Freebet para apostar em qual ano o mercado se regulamentaria, não apostaria em 2020, naturalmente espero estar enganado, torço muito para que isso aconteça quanto antes e da melhor forma possível.

Existem mercados lá fora que já regulamentaram as atividades dos jogos há anos, alguns fizeram escolhas duvidosas, com consequências opostas às intenções. O que o Brasil deve fazer ao meu ver é aproveitar estes maus exemplos para tomar decisões corretas, utilizando as best-practice, os cases destes países, com o objetivo de criar um mercado de competição saudável entre empresas sérias, mas sempre protegendo o consumidor e seus direitos.

Regulamentar o mercado significa criar condições justas para todos os lados, isso chega a ser até óbvio, mas aparentemente nem sempre o que é o óbvio chega a ser a direção a ser seguida. Qualquer desequilíbrio em como o mercado vai ser criado vai gerar desigualdade, favorecendo práticas ilícitas.

Será que o país não vive isso já cotidianamente em muitos aspectos da sua sociedade?