O Rio de Janeiro, cidade conhecida pelo grande potencial turístico, promoveu um encontro entre os presidentes dos jockey clubes do país, os membros GT do Marco Regulatório dos Jogos, deputado Bacelar (Podemos/BA) que é coordenador do grupo e presidente da Comissão de Turismo; Felipe Carreras (PSB/PE) e Otavio Leite (PSDB/RJ), além de representantes de entidades turfísticas. A reunião aconteceu na sede do Jockey Club Brasileiro (JCB) na última sexta-feira (15).
Na pauta, a inclusão de bingos e máquinas de jogos nos hipódromos. O objetivo é aumentar a arrecadação e revitalizar as entidades turfísticas do país.
O deputado Bacelar registrou a importância do encontro, apresentou a tramitação do PL 442/91 na Câmara dos Deputados e defendeu que o turfe seja contemplado na revisão do texto da proposta.
“Vou sugerir ao relator, deputado Felipe Carreras, que seja mantida as premissas já aprovadas no substitutivo ao PL 442/91 com relação às questões dos jockey clubs, que permite a instalação de um bingo nas instalações dos hipódromos, máquinas de vídeo-bingos e slots e as corridas virtuais”, sugeriu.
Segundo presidente do JCB, Raul Lima Neto, os principais hipódromos do Brasil enfrentam dificuldades econômicas e não conseguem sobreviver somente com as apostas nos páreos, por isso precisam ser contemplados no processo de legalização dos jogos.
Neto citou o Hipódromo de Maroñas, em Montevidéu no Uruguai, que ficou fechado durante seis anos e foi reaberto após a aprovação de nova lei do turfe, que permitiu ao jockey operar salas de jogos com máquinas caça-níqueis.
Ele comentou também sobre a revitalização do Hipódromo de Palermo, em Buenos Aires na Argentina, que opera uma sala de jogos com mais de 5 mil máquinas de slots e jogos eletrônicos de cassino.
“Temos 16 principais hipódromos brasileiros e temos como fazer parte da história da recuperação do turfe nacional e do turismo. Podemos potencializar o cenário como realizado em Maroñas e Palermo, que transformaram suas instalações em grandes centros de entretenimento”.
“Entendemos que não existem lugares mais propensos como os hipódromos para estarem inseridos nesta atividade. Quando houver a legalização dos jogos os jockey clubs podem participar através das apostas em corridas gravadas e a instalação de máquinas de slots nos hipódromos do país”, sugeriu.
A importância de mudanças nos jockey clubes
As apostas em cavalos geram 3 milhões de postos de trabalho, deste total, 600 mil são diretos. Foi o que afirmou José Carlos Lodi Fragoso Pires, diretor do Jockey Club de São Paulo. Ele defendeu ainda a implementação do modelo dos ‘racinos’ (racing + casinos), já utilizado nos Estados Unidos.
O deputado Otávio Leite comentou que o clima para a legalização dos jogos está muito mais amadurecido na sociedade e no parlamento.
“A legalização dos jogos pode ser uma oportunidade para soerguer a atividade turística. Se o Brasil tivesse que experimentar o jogo em algum lugar poderia fazer nos hipódromos. Acho um absurdo as apostas esportivas sem contrapartida para o Estado. O tema está em boas mãos com os deputados Bacelar e Felipe Carreras e vou estar ao lado deles defendendo os jockey clubs”, prometeu.
As dificuldades para aprovação do Marco Regulatório dos Jogos
O relator do GT dos Jogos, deputado Felipe Carreras, comentou sobre os desafios da aprovação da matéria por causa dos preconceitos e polêmicas.
“Infelizmente, para parte da sociedade o jogo ainda está vinculado ao crime, mas nós conhecemos estas versões e sabemos o que temos que fazer. Já estivemos na Polícia Federal e na Procuradoria-Geral da República. Começamos a entender que as resistências são por questões de preconceitos e estamos construindo um ambiente favorável para aprovação dos jogos”, sugeriu.
Carreras também comentou sobre a importância do apoio dos representantes dos jockey clubs para aprovação do projeto de lei que legaliza os jogos no país.
“Necessitamos do apoio dos senhores para mobilizar os parlamentares para aprovar a proposta. Com relação aos hipódromos eu vejo com bons olhos inserir as propostas dos jockey clubs. Temos que tentar convergir os interesses para aprovar o projeto de lei na Câmara. Entendemos o modelo mais saudável para as entidades turfísticas para podermos avançar. Contem comigo”, disse.