Uma potencial mudança na gestão das loterias da Caixa Econômica Federal está gerando controvérsias. O representante dos funcionários no Conselho Administrativo (CA) da instituição, Antônio Messias Rios Bastos, revisitou essa questão em um vídeo recente publicado em seu Instagram.
Nele, Bastos levanta preocupações sobre uma possível manobra da diretoria da Caixa para transferir a gestão das loterias da vice-presidência da instituição para empresas subsidiárias.
Após a divulgação do vídeo, investigações conduzidas pela equipe do portal Brasília Capital, sob condição de sigilo das fontes, revelaram que o Conselho de Administração da Caixa convocou uma reunião de urgência para discutir essa questão.
A pauta central seria a transformação do setor de Loteria em uma subsidiária da Caixa.
Justificativas e preocupações
A diretoria do banco alega que essa medida é necessária para manter a competitividade no mercado concorrencial, além de possibilitar a atuação no segmento de apostas esportivas, uma vez que a legislação requer um CNAE específico para tal atividade.
Entretanto, essa proposta suscita preocupações. Antônio Messias Rios Bastos, em seu vídeo, ressalta que a ideia de privatizar os jogos das loterias da Caixa não é nova.
Sendo cogitada ainda no governo Temer, porém, sendo revivida agora, no governo do atual presidente, Lula. A transferência para empresas subsidiárias seria um passo inicial para facilitar uma eventual privatização, segundo Bastos.
Arrecadações da Caixa Econômica Federal e impacto social
Atualmente, 40% da arrecadação das loterias da Caixa são direcionados de volta à sociedade, em apoio a diversos fundos.
Bastos expressa preocupação com a possível perda de empregos tanto dentro da Caixa quanto nas casas lotéricas, caso essa mudança se concretize.
Além disso, a sociedade poderia perder os benefícios provenientes dos repasses, que totalizam mais de R$ 11 bilhões anualmente.
A Caixa destina significativas quantias para a Seguridade Social, a Secretaria Especial de Esportes, o Comitê Paraolímpico Brasileiro, o Fies e o Fundo Nacional de Segurança Pública, entre outros.
Bastos encerra seu vídeo questionando a falta de debate sobre o tema no Conselho Administrativo da Caixa.
Ele expressa perplexidade diante da rapidez com que a diretoria da instituição agiu, pautando o assunto para uma decisão imediata, sem prévio debate com a sociedade e os funcionários do banco público.