Algumas casas de apostas não vão esperar o governo e impedir o pagamento de jogos com cartão de crédito a partir de 1ª de outubro. Uma portaria do Ministério da Fazenda torna esta proibição apenas a partir de janeiro, quando entram em vigor todas as regras para essa atividade no Brasil.
Mas essa medida feita pelas próprias empresas é uma tentativa de responder às críticas do governo, do Congresso e da sociedade aos gastos em apostas. Plínio Lemos Jorge, presidente da Associação Nacional de Jogos e Loterias (ANJL), falou sobre a iniciativa do setor de jogos e apostas.
“Faremos essa recomendação de forma expressa, até para demonstrar para os órgãos governamentais e para a mídia que essa preocupação também é nossa”, afirmou.
“Nós acreditamos que abrir para cartão de crédito a coisa fica sem controle. A gente é uma indústria de entretenimento. Eu conversei com todos os nossos associados e 100% vão seguir”, complementou.
Dados do Banco Central revelam que o volume mensal de transferências via Pix, de pessoas físicas para casas de apostas online, variou entre R$ 18 e R$ 21 bilhões, isso somente em agosto.
Associações do setor de apostas chamam varejo e Governo Federal para reunião
Varejistas e bancos criticaram o uso de cartões de crédito em jogos, afirmando que isso pode endividar os jogadores. A regulamentação das apostas online começou em 2023 e, após a lei ser publicada, houve várias portarias complementares sobre o tema.
Por isso, as entidades que representam as empresas de apostas, como a própria ANJL e o Instituto Brasileiro de Jogo Responsável (IBJR) propõem encontro com esses segmentos e o Governo Federal “para endereçar as preocupações” e elaborar “medidas concretas para o sucesso da regulamentação” das apostas no país.
Além disso, somente casas regulamentadas poderão operar a partir de janeiro de 2025. Dessa maneira, o governo bloqueará as plataformas que não solicitaram autorização do Ministério da Fazenda até 1º de outubro.
Esta semana, o presidente em exercício Geraldo Alckmin também convocou técnicos da Fazenda, do Ministério da Saúde e do Ministério da Justiça para discutir o tema.