O maior evento de apostas do Brasil se despediu nesta quinta-feira (10), deixando um legado imenso, com recordes batidos, seminários de alto nível, uma feira de negócios grandiosa, eventos de networking e grandes nomes presentes. Confira um resumo do que ocorreu neste último dia do BiS SiGMA Americas.
O iGaming e seu impacto na economia e na sociedade
O tema esteve presente em diversos debates ao longo do dia, sendo o foco central do painel com Paulo Reales (sócio-fundador da Sterling Corp.), Rubio Teixeira (fundador da Octus), Diego Zia (CEO da B2Gether), Caroline Camilo (diretora da Secretaria de Desenvolvimento Econômico da Prefeitura de Osasco) e Bruno Omori (presidente do IDTCEMA).
Já Magnho José (Editor e Presidente – BNLData – IJL), Leonardo Baptista (CEO – Pay4Fun), Fred Justo (Coordenador-Geral de Monitoramento de Lavagem de Dinheiro e Afins – Ministério da Fazenda), Ricardo Brito (LexisNexis Risk Solutions) e Marco Túlio (CEO Grupo Ana Gaming) discutiram como os meios financeiros podem ajudar a combater o mercado irregular e proteger as empresas devidamente licenciadas.
O empreendedorismo no iGaming ganhou espaço no painel com Karen Cohen (Diretora – Jobs.Bet), Vinícius de Carvalho (Parceiro de Investimento – Ikigai Ventures), Bruno Barroso (CEO – Betpass), Matt Sahakian (Diretor de Desenvolvimento de Negócios – Fastex LATAM) e Thiago Iusim (Fundador – Betshield).
E, claro, o mercado de afiliados foi bastante lembrado nesta quinta-feira (10), sobretudo na mesa-redonda com Alessandro Valente (Cofundador – Super Afiliados), Valéria Suárez (Chefe de Afiliados – Super Afiliados), Manuel Matos (CEO – Super Afiliados) e Victor Mautone (Fundador – Grupo Eightroom). Os participantes falaram sobre redes de confiança e o papel essencial das plataformas de afiliação na atualidade.
Clubes, ligas e apostas
Deni Honorio (DNS), Murilo Lima (OneFootball), Beto Portela (Agente CBF) e o ex-jogador Dudu Cearense discorreram sobre a relação entre casas de apostas, ligas e clubes. Atualmente, as bets patrocinam todos os 20 clubes da elite do futebol brasileiro. Lima comentou que não sabe até quando essas empresas serão a “solução para todo o mercado”.
Já Beto Portela pontuou que “as casas de apostas mudaram completamente o mercado do futebol no Brasil, que é onde eu trabalho e posso falar. Um segmento que, em 2024, movimentou cerca de R$120 bilhões”.
Dudu Cearense reforçou, alegando que “os clubes estão vivos hoje por conta das casas de apostas. O cara que vai para um bar assistir ao jogo ele também se diverte apostando. É cultural no Brasil”.
“A regulamentação, plataformas de pagamento bem definidas, compilance e toda cadeia bem regulamentada só fortalece esse mercado, que tem um papel importantíssimo no futebol brasileiro”, acrescentou o ex-jogador.
Como as apostas estão transformando o esporte nacional
Os investimentos do setor não se limitam ao futebol. Neste contexto, Bruno Neves (Memorabília do Esporte), Fellipe Drommond (Presidente do Magnus Futsal), Guilherme Guimarães (Lance) e Liana Gorberg Valdetaro (Vice-Presidente da CBMA) abordaram as transformações dos últimos anos.
Conforme Liana, o ideal é se antecipar ao problema e estar sempre protegido nos contratos. “É importante as empresas se anteciparem aos novos arranjos contratuais que a evolução do mercado vai exigir”.
Guilherme Guimarães salientou a necessidade de capacitação dos profissionais e players do ramo. “Por ser um novo modelo de retorno de investimento, é preciso que os profissionais estejam também preparados para essa nova era da indústria do iGaming”.
Enquanto Drummond afirmou que o mercado brasileiro hoje representa 0,2% do PIB, enquanto isso, no mundo, a média é de 0,56%. “Então, temos muito espaço para crescer ainda. A partir de 2026 essa indústria das casas de apostas regulamentadas poderá aportar recursos em leis de incentivo, que é outro ambiente que provém muito crescimento financeiro e também social”.
Eventos esportivos e patrocínios
Deni Honório (DNS), Fábio Wolff (Wolff Sports), Fernando Paz (Soho Sports & Brands) e José Mauad (Arenas BTG e PlaySports) deram continuidade a reflexão sobre o envolvimento do setor de iGaming no esporte.
Mauad explanou que uma casa de apostas que pretende fechar uma parceria atualmente, tem que entender como “parametrizar bem o retorno da propriedade”.
Wolff salientou que os acordos de patrocínios evoluíram muito. “Anteriormente, patrocínio de futebol era marca na camisa, placa no campo no CT e pronto. Agora, não, existem várias ativações envolvidas, além de um monitoramento do resultado bem mais fiel”.
Contudo, ele alertou para a falta de profissionalismo em alguns clubes: “Um presidente de um clube me encontrou aqui nos corredores e me falou: fecha um patrocínio que eu te dou a chave do clube. Em muitos clubes infelizmente não tem estrutura profissional. Mas a tendência é que com essa entrada das casas de apostas e dessa indústria, esse processo de profissionalismo pode ser mais adiantado”.
O futuro do iGaming
Daniel Correia dos Santos (Egaming Services), Tiago Almeida (Oddsgate), Maria Paula Nascimento (KTO Group) e Ricardo Bianco (brmkt) projetaram as tendências, tecnologias e transformações do setor até 2050.
De acordo com Maria Paula, “a inteligência artificial está aí, e a gente precisa compreender a melhor forma de usá-la. Se for de forma rasa e simplória, ela vai te dar uma resposta rasa. Por isso, devemos utilizá-la como ferramenta de auxílio”.
Para Ricardo Bianco, as pessoas não estão usando a IA para ajudá-las em um processo. “Elas estão querendo que a inteligência artificial pense por elas. E isso é muito perigoso. A IA é uma ferramenta para ajudar a otimizar o seu trabalho, e não repassar para a inteligência artificial o trabalho”.
A longo prazo, Maria Paula destacou o uso da realidade aumentada. “Realidade aumentada é algo que deve mudar muito a vida do jogador, em breve. Mas sempre com muito cuidado com o jogo responsável. No entanto, essa evolução deva ser acompanhada da interconexão de diversos atores dentro do universo iGaming”.
Tiago Almeida, por sua vez, ressaltou que “todas as ferramentas para pensarmos em um mundo completamente automatizado e com um cenário futurista já existem. Nosso desafio é aperfeiçoá-las. No entanto, mesmo com nossa indústria trabalhando com inovação, precisamos ter sempre a visão conjunta com responsabilidade e regulamentação”.
Peso do Brasil no futuro do setor
Em relação ao Brasil, Almeida citou que o mercado terá forte investimento. “Quero mandar uma mensagem de confiança para o nosso mercado, que tem potencial para crescer ainda cerca de 10 a 15 vezes nesse período”.
Bianco complementou: “O Brasil deve ter um mercado mais harmônico e bem adaptado para a nossa sociedade em cinco anos. Estamos no início do processo, e com o mercado regulado e com conteúdos e produtos criados especificamente para o jogador brasileiro, a tendência é que essa indústria tenha um boom nesse período”.
Celebridades no BiS SiGMA Americas
Desde a terça-feira (8), inúmeras celebridades passaram pelo Transamerica Expo Center. Nesta quinta-feira, o jornalista esportivo Thiago Asmar (Pilhado) participou de uma ativação e elogiou a organização, destacando o impacto positivo do setor na geração de empregos e investimentos.
Entre os nomes de destaque, passaram pelo BiS SiGMA Americas: o cantor Zezé di Camargo, o lutador José Aldo, Mc Daniel, Mc Cabelinho, o apresentador Milton Neves, o youtuber Luva de Pedreiro, os influenciadores Neto Lima, Tiringa e Jon Vlogs; o comediante Mauricio Meirelles, bem como jogadores do Botafogo como Serafim, Marçal e Nathan Fernandes e os ex-atletas Craque Neto, Galeano, Leandro Guerreiro, Chicão, Narciso, Júnior, Luizão, entre outros.