O CEO e fundador da SCCG Management, Stephen Crystal, participou recentemente do BiS SiGMA Americas 2025. Um dos principais nomes da indústria mundial de iGaming, ele realizou uma palestra intitulada “Melhores práticas de jogo responsável ao redor do mundo e sua aplicação no mercado brasileiro”, na última quarta-feira (9).
Esta apresentação se concentrou na importância crítica do jogo responsável para proteger os jogadores e a integridade da indústria de jogos, especialmente porque o mercado brasileiro passa por uma expansão significativa. Crystal compartilhou insights valiosos durante a sua apresentação em São Paulo (SP).
Compreendendo o Jogo Responsável
De acordo com ele, o jogo responsável abrange políticas e práticas que visam prevenir e mitigar potenciais danos associados ao jogo. Exige um esforço colaborativo entre jogadores, operadores e reguladores para promover uma cultura de segurança e conscientização.
Por isso, medidas eficazes de jogo responsável devem ser perfeitamente integradas à experiência do usuário, garantindo acessibilidade e facilidade de uso.
O cenário regulatório do Brasil
A Secretaria de Prêmios e Apostas (SPA) tem atuado proativamente no estabelecimento de um sistema nacional unificado para a regulamentação de apostas esportivas e jogos online.
A promulgação da Portaria nº 1.231 define diretrizes abrangentes para o jogo responsável, enfatizando a prevenção de danos relacionados aos jogos de azar e a proteção de populações vulneráveis.
Dessa forma, a portaria inclui medidas como o bloqueio de beneficiários de assistência social via CPF (Cadastro de Pessoas Físicas) para impedir o uso indevido de recursos públicos em atividades de jogos de azar. Essa abordagem pode servir de modelo global se implementada com transparência e justiça.
Lições de mercados maduros
Além disso, Stephen Crystal destacou algumas lições de mercados já estabelecidos, como Reino Unido e os Estados Unidos, que podem ajudar o Brasil neste período de adequação.
Reino Unido
O sucesso de iniciativas como a Gamstop ressalta a importância da visibilidade e da acessibilidade em programas de autoexclusão. No entanto, verificações rígidas de acessibilidade têm enfrentado críticas; o Brasil pode se beneficiar da adoção de gatilhos dinâmicos baseados em comportamento em vez de regras estáticas baseadas em renda.
Além disso, mensagens autênticas de jogo responsável transmitidas por figuras esportivas populares têm se mostrado mais eficazes do que slogans genéricos.
Estados Unidos
Esforços colaborativos como a Responsible Online Gaming Association (ROGA) demonstram que até mesmo os concorrentes podem se unir pelo bem comum. Avanços tecnológicos, incluindo a detecção de comportamento de risco por IA, permitiram intervenções em tempo real, superando os limites estáticos tradicionais.
Algumas operadoras americanas integraram a RG em programas de fidelidade, transformando a gestão de riscos em uma ferramenta para retenção de clientes.
Oportunidades para Inovação no Brasil
De acordo com o CEO da SCCG, o Brasil está em um momento crucial para liderar o jogo responsável por:
Localizando esforços de jogo responsável:
Utilizar canais culturalmente ressonantes, como heróis do futebol e WhatsApp, para disseminar mensagens de conscientização pode aumentar a capacidade de identificação e o impacto.
Implementação de sistemas avançados de exclusão
O desenvolvimento de um sistema nacional de autoexclusão baseado em aplicativo que combine dados de CPF e biométricos pode minimizar brechas e garantir proteção robusta.
Estabelecendo um Laboratório de Tecnologia de Jogo Responsável
Criar um ambiente colaborativo onde operadores, reguladores e startups desenvolvem tecnologias de jogo seguro em conjunto pode impulsionar inovação e eficácia.
Ao adotar essas estratégias, Stephen Crystal acredita que Brasil tem a oportunidade de se estabelecer como uma referência global em jogos online responsáveis, caracterizados pela inovação, inclusão e integridade.