Caso Bruno Henrique: MP apura ocultação de provas ao apagar mensagens

Entre 3.989 conversas analisadas pela PF no WhatsApp do atleta, muitas estavam vazias ou apagadas.

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Caso Bruno Henrique: MP apura se jogador ocultou provas ao apagar mensagens
Foto: Paula Reis / Flamengo

O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) apura o caso do atacante do Flamengo, Bruno Henrique. Agora, o ministério quer saber se o jogador ocultou provas no celular, no caso que investiga um suposto esquema para favorecer apostadores. Bruno Henrique está sendo indiciado por estelionato e fraude em competição esportiva.

As mensagens apresentadas no indiciamento da Polícia Federal (PF) devem passar por nova análise. Além disso, todo o material colhido na investigação também passará por perícia do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).

De acordo com o site Metrópoles, a PF vasculhou o conteúdo do celular do atleta. No entanto, a verificação aponta que parte dos diálogos pode ter sido apagada. Segundo o relatório, Bruno Henrique tinha 3.989 conversas no WhatsApp, e algumas mensagens podem ter sido deletadas.

Os promotores querem aprofundar as investigações para verificar se, de fato, houve a exclusão de mensagens. Desta forma, a ação pode ser considerada uma tentativa de ocultação de provas.

Análise mais robusta

A avaliação dos promotores é de que, para garantir uma análise sólida, é preciso ir além do relatório da PF e examinar todo o conteúdo extraído dos dispositivos. Isso porque, o atacante, familiares e o núcleo de apostadores foram alvos de uma operação conjunta entre os dois órgãos.

Conforme informações também, a possibilidade de oferecer um acordo ao atacante não existe mais. Fato ocorre, segundo o indiciamento da PF, porque os crimes atribuídos a ele não se enquadram nos critérios para o Acordo de Não Persecução Penal (ANPP). Tal acordo é restrito a delitos com pena mínima inferior a quatro anos.

A PF prossegue nas investigações, agora com foco nas apostas feitas pelo grupo criminoso na casa de apostas Blaze.

Casas de apostas acionaram a PF sobre apostas no cartão de Bruno Henrique

De acordo com informações do processo, casas de apostas indicaram à PF que mais de 95% das apostas no confronto entre Flamengo e Santos, pelo Campeonato Brasileiro de 2023, estavam concentradas na possibilidade de o atacante Bruno Henrique receber um cartão amarelo.

As casas Betano, GaleraBet e KTO, informaram que a maior parte do volume apostado, antes mesmo do início da partida, estava direcionada à punição ao jogador.

A Betano informou à PF que 98% das apostas foram para o cartão de Bruno Henrique. Já a GaleraBet apontou concentração de 95% no mesmo quesito. A KTO confirmou o direcionamento significativo das apostas ao atleta, embora não tenha especificado os percentuais.

Apesar da movimentação, uma das apostas feitas pelo irmão do atacante, Wander Nunes Pinto Júnior, foi bloqueada para saque por uma das plataformas. O motivo, conforme a casa, foi a identificação de atividade suspeita diante do volume incomum de apostas na penalidade ao jogador rubro-negro.