Ao menos 40 casas de apostas online estrangeiras se candidataram para operar no mercado regulamentado brasileiro. O estudo foi realizado por Pedro Simis e Felipe Getz, do Veirano Advogados.
De acordo com os advogados e observadores do setor, a onda de fusões e aquisições deverá ser forte.
Fusão de casas de apostas já era esperado
As pequenas empresas que não atendem aos requisitos regulamentares mínimos entraram no radar dos grandes players. O Brasil implementará a regulamentação desse setor em 2025. De acordo com advogados e analistas do setor, deve haver uma onda de fusões e aquisições.
“Mas as exigências para a obtenção da licença, tanto financeiras quanto de participação mínima de capital brasileiro, já levaram a algumas parcerias para essa primeira etapa. Assim, vários grupos se uniram para fazer o pedido e garantir a capacidade de operar legalmente em 1º de janeiro de 2025″, diz Clarissa Yokomizo, sócia das áreas de Fusões e Aquisições e de Jogos e Apostas do Veirano Advogados.
De acordo com Yokomizo, a partir de agora, deve haver um movimento mais estruturado, mas bastante robusto, de investimentos no setor, tanto estrangeiros quanto nacionais, por meio de:
- Criação de joint ventures (parcerias)
- Aquisições de empresas que já possuem licenças
De qualquer forma, será exigido um novo processo junto à Secretaria de Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda (SPA), vinculada ao Ministério da Fazenda, no momento da entrada do investidor.
O enorme potencial dessa área fez com que até mesmo os investidores mais conservadores parassem de “torcer o nariz” e começassem a considerar as possibilidades de lucro nesse novo mercado regulamentado.
Na última terça-feira (20), o prazo para enviar a inscrição pelo SPA terminou para quem continuará trabalhando em 1º de janeiro de 2025. O Sistema de Gestão de Apostas (SIGAP) conta com 113 inscrições, mas algumas bets aparecem duplicadas e precisam de encaminhamento.
A maior parte desses pedidos (96), foi apresentada após 31 de julho, quando o governo federal publicou as regras para jogos online, também conhecidos como cassinos online.
Gestores estrangeiros
Parte do mercado de jogos de apostas online está nas mãos de operadores estrangeiros. Mesmo as candidaturas apresentadas por empresas nacionais (62 candidaturas) podem contar com fontes e recursos financeiros estrangeiros, como empréstimos.
As empresas britânicas dominam a lista com seis propostas, mas há também empresas dos EUA, México, Espanha, Austrália, Filipinas, Arménia, Chipre e Gibraltar. Entre as grandes operadoras estrangeiras, hoje participam do mercado nacional:
- Bet365
- 777Partners (Brazino)
- Defy (1xBet)
- Kaizen (Betano)
- Entain (Sportingbet)
- Spartans (KTO)
- Betfair
O site Fazenda incluiu recentemente outras empresas que entraram no país, como:
- LottoLand
- VBet (BetConstruct)
- Superbet
- LeoVegas do Grupo MGM
Localização
A maioria dos casas de apostas escolheu São Paulo como principal estado para seu trabalho no Brasil (67). As demais empresas são Rio de Janeiro (9) e Minas Gerais (7).
No entanto, o Nordeste é muito popular, pois possui 16 inscrições para os estados do Ceará, Paraíba, Pernambuco e Pião. O Sul tem 10 candidaturas, o Centro-Oeste tem quatro. Assim, a única região que não tem candidatura é a região Norte.
Uma entidade sediada no exterior também apresentou um pedido diretamente. Mas essa candidatura não deve ser aprovada, pois a legislação brasileira exige que as empresas devem ter 20% de seu capital no Brasil.
