Caso VaideBet: Polícia vê elementos para indiciar dirigentes do Corinthians

O processo já dura um ano de apuração. Em junho de 2024, a marca rompeu contrato com o clube.

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Caso VaideBet: Polícia vê elementos para indiciar dirigentes do Corinthians
Empresa de apostas patrocinou o Corinthians, mas parceria está sendo investigada. Foto: Reprodução site oficial do Corinthians

Até a primeira semana de maio, a Polícia Civil de São Paulo pretende concluir a investigação sobre o contrato entre Corinthians e VaideBet.

De acordo com informações da Gazeta Esportiva, o presidente do clube, Augusto Melo, e os ex-dirigentes Sérgio Moura, Marcelo Mariano e Yun Ki Lee devem ser indiciados. Ainda em curso, todo processo já dura aproximadamente um ano de apuração e coleta de provas e depoimentos.

Na última semana, a Justiça concedeu a liberação para que os investigados e seus respectivos advogados tivessem acesso a todo o conteúdo do processo, inclusive documentos pertinentes a pastas sigilosas. Dessa maneira, Augusto Melo, Sérgio Moura e Marcelo Mariano tomaram conhecimento das provas materiais que a Polícia já anexou sobre eles.

Conforme ainda as informações divulgadas pelo portal, em meio às centenas de páginas, há um despacho do delegado Tiago Fernando Correia, do Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania (DPPC, responsável por casos de lavagem de dinheiro).

Nele, o delegado afirma ter elementos suficientes para indiciar Augusto Melo, Sérgio Moura e Marcelo Mariano por associação criminosa, antigo crime de formação de quadrilha, e lavagem de dinheiro com receitas desviadas do próprio Corinthians para este fim criminoso.

A investigação ainda sustenta, segundo despacho oficial nos autos, que a Rede Social Media Design LTDA, empresa citada no contrato como intermediadora do negócio e de responsabilidade de Alex Fernando André, conhecido como Alex Cassundé, jamais desempenhou qualquer papel de intermediação e faria parte, portanto, do processo de suposto desvio final dos recursos do clube e que teria como líderes o trio de dirigentes corintianos.

O caso Corinthians e VaideBet

As investigações sobre o caso começaram no ano passado, após divulgação na imprensa sobre supostas irregularidades nas empresas que estariam participando da transação entre o clube e a VaideBet. 

Em março de 2024, o Corinthians fez dois depósitos de R$ 700 mil para duas empresas. Uma delas, a Rede Social Media Design Ltda, escolhida para intermediar o patrocínio da VaideBet com o Corinthians, pertence ao empresário Alex Cassundé.

No entanto, apresentada na documentação como sócia da empresa, Edna Oliveira dos Santos, não tem nenhuma relação com o empresário. Além disso, em entrevista à  imprensa, contou que vive de favor em uma comunidade em Peruíbe com os três filhos pequenos e depende do Bolsa Família para alimentá-los.

Em junho do ano passado, a VaideBet rompeu contrato com o Corinthians ao acionar a cláusula anticorrupção. Desde então, a parceria está sendo alvo de investigações.