Alguns operadores de jogos licenciados na Espanha foram criticados por continuarem a assinar novos acordos de patrocínio com clubes de futebol, apesar da aprovação de novas regras que proibirão essa prática em breve.
No início do mês, a operadora de jogos online Betway assinou um acordo com o Real Betis Balompié, que disputa a LaLiga. O CEO da Betway, Anthony Werkman, comemorou o acerto, dizendo que a empresa espera “ser capaz de se ‘apresentar’ aos fãs [da equipe] e ao povo de Sevilha”.
O operador asiático de apostas online, Dafabet também assinou um contrato de dois anos com o Cádiz CF. Segundo o CEO Dimitris Karatzas, a medida ajudaria a “consolidar nossa marca no mercado espanhol”. A empresa ainda não lançou as operações na Espanha, mas fechou uma parceria com a plataforma da R. Franco Digital.
Recentemente, a mídia espanhola noticiou que a casa de apostas britânica William Hill está negociando a colocação da sua marca nas mangas das camisas do Málaga, uma equipe com a qual a empresa já ocupou o espaço principal no uniforme.
Novos patrocínios causam estranheza na Espanha
A notícia desses acordos causou estranheza, visto que a Espanha elaborou planos para encerrar todos os patrocínios do setor de jogos com equipes esportivas locais.
E, parte das novas restrições de marketing para o segmento entrará em vigor em outubro, menos de um mês após o início da nova temporada de futebol na Espanha.
A imprensa especulou que as duas operadoras estariam esperando a reação de Alberto Garzón, ministro da Espanha que liderou os esforços para controlar o envolvimento das empresas de jogos online no futebol. Outros presumem que os acertos foram com as divisões das operadoras no Reino Unido, visando contornar as restrições.
Em entrevista, Garzón declarou que a atitude dos clubes de futebol espanhóis ao assinar os acordos foi “grande imprudência, sabendo que o Decreto Real será aprovado em outubro”.
O ministro insistiu que o governo da Espanha “considera absolutamente necessário que os anúncios de empresas de jogos em camisas (de times de futebol) desapareçam”.
Por outro lado, Garzón destacou a Real Sociedad como um exemplo, depois que o clube decidiu “não aceitar acordos para este tipo de patrocínio”.
Ele alertou que “todos terão que mudar” seus contratos de patrocínio, e “não me passa pela cabeça” porque qualquer clube ou operadora continuaria a buscar essas parcerias.