A São Paulo Affiliate Conference – SPAC 2019 – chegou ao fim na tarde dessa quarta-feira, 11 de dezembro, em São Paulo. Esse foi o primeiro acontecimento da área de marketing de filiação voltada aos jogos de azar e apostas esportivas no Brasil.
Além disso, o SPAC 2019 ainda também uma oportunidade para que operadores e outros profissionais do setor de apostas conhecessem esse novo tipo de marketing, bem como técnicas para explorar todo o potencial dessa forma de fazer publicidade.
Painel da SPAC 2019: Construindo uma relação ganha-ganha entre operadores, afiliados e apostadores
Os trabalhos no período vespertino foram abertos pelo Country Manager na LeoVegas, Thomas Carvalhaes, que instruiu os operadores a pagar os afiliados sempre em dia. Além disso, ele explicou como o operador tem que agir em países como o Brasil, em casos com afiliados. “Desde o idioma no site, até o suporte, banners atualizados, métodos de pagamento e pagamento em dia”, salientou.
O diretor de Desenvolvimento de Negócios LatAm na Sport Radar, Ricardo Magri começou sua participação explicando sobre o marketing para operadores de apostas esportivas. “Quando falamos em ganha-ganha é quando todo mundo ganha e para isso precisa ter um marketing por trás. Quando você quer user acquisition você precisa pensar em afiliados”.
Magri ainda citou a forma com que a Sportradar tira proveito do marketing de filiação. “O marketing de afiliados é tão interessante para o jogo que tudo que a Sportradar fazia para publisher agora ela se volta para a indústria do jogo”, comentou.
Já o Managing Partner no Suaposta André Gelfi declarou que “Tudo isso falado aqui devia ser uma prática normal. Você trabalhar sem respeitar seu cliente, sem pagar em dia, ele não vai muito longe”.
Previsão para mercado de apostas nacional
Na sequencia, o diretor na Associação Brasileira de Apostas Esportivas (Abaesp), Danilo Pereira salientou que é possível se manter com apostas esportivas. “Eu acho que dá sim para viver se apostas! Vejo esse trabalho como um de trader ou algo assim”, frisou.
Em sua apresentação, Danilo explicou a importância de escolher os operadores, e diz que a seleção tem que ser colocada a frente. O segundo passo é a comunicação rápida e direta, pois como influenciador, tem que exigir um canal com um atendimento diferenciado. Próximo passo é alinhar suas expectativas com o afiliado. Entender como o cliente se vê e a transparência resulta no Deal Perfeito.
Logo depois, o presidente da ABAESP, Rodrigo “Loco” Alves iniciou sua participação falando sobre a relação operadores x afiliados e casos que o operador não pagou o afiliado: “Eu crio conteúdo relevante, sempre fui interessado pela industria do gaming. O que acontece na indústria do gaming é que alguns operadores omitem informações e não pagam o que devem”.
Por fim, Fabio Bampi “Nettuno” começou a sua apresentação falando sobre o ganho do operador, o criador de conteúdo e o apostador. “Temos que tomar cuidado com o apostador porque ele é a base de tudo. Se não tem jogador, não tem operador, não tem nada. Mas ao mesmo tempo que é a parte mais forte, é também a mais fraca”, contou.
Ele ainda complementou: “Nós (traders) temos que tomar cuidado, pois trabalhamos com diversos clientes das diversas rendas. Temos que ter responsabilidade no que falar. O marketing de aposta mal feita quebra muita gente”
Painel na SPAC 2019: aspectos legais e compliance: do’s e dont’s do marketing de afiliação
O último painel do SPAC 2019 teve início com a fala do professor do Programa de Implementação de Compliance do Insper, Karlis Novickis. Ele começou discorrendosobre as exigências normativas, sanções de advertência, multas que podem chegar a 20 milhões de reais, prevenção e lavagem de dinheiro. “Em uma palestra nos Estados Unidos, eu ouvi uma frase importante: Para cada dólar gasto em compliance, serão cinco dólares na economia”.
Já o afiliado e diretor do Apostaonline.com, Pedro Lucas Trindade compartilhou detalhes de sua trajetória no ramo de apostas esportivas. “Sou apostador há mais de 15 anos, os operadores tem sua licença com suas peculiaridades, os de Malta têm as regras específicas, as de Curaçao não”.
Trindade ainda relatou problemas na relação entre as casas de apostas e os afiliados. “As casas tiveram uma mudança com relação à compliance e muitos afiliados foram bloqueados. Os afiliados são parceiros das casas de apostas, não adianta enviar jogadores que buscam fraudar os compliances das casas de apostas. “A confiança entre afiliado e operador deve ser o norte do negócio. “Se não houver essa relação entre operador e afiliado, essa relação é quebrada”.
Ele também ressaltou que o operador deve ser transparente e trata o jogo de maneira responsável. “O operador não recomenda o jogo para a pessoa ficar rica e sim para entretenimento. Existem formas de se viver do jogo? Sim! Mas o operador não deve oferecer essa ilusão à seus jogadores e isso dá problema até com o ‘jogo responsável”.
Legislação
Todavia, o CEO na BetConsult, Edgar Lenzi deu continuidade ao debate na SPAC 2019 com relação a futura regulamentação do setor. “A regulação vai ter portarias, resoluções, algo do dia a dia dos operadores, advogados e afiliados. À partir daí teremos Conar, Procon, para editar normativas, tornando o mercado mais regulado”.
Lenzi também atentou para a necessidade de constantes ajustes ao processo regulatório nacional. “O processo regulatório é eterno. A tendência é que a governança corporativa se estenda cada vez mais. Os operadores internacionais estão de olho e preocupados todos os órgãos (Procon, pequenas causas, ação trabalhista, etc) no Brasil. Precisam entender tudo isso”, concluiu.