A Comissão de Esportes da Câmara dos Deputados do Chile iniciou esta semana o projeto de regulamento que proibirá qualquer tipo de acordo de patrocínio entre casas de apostas e entidades esportivas.
Enquanto isso, a estatal Polla Chilena de Beneficencia, que opera várias ofertas de jogo, disse que as empresas internacionais “chegaram com seu capital ao Chile, assim como na América do Sul, e assumiram o mercado, gerando alguns problemas. Por isso observamos a necessidade de ter um ambiente de jogo controlado e responsável”.
Segundo a presidente da diretoria da Polla, Macarena Carvallo: “com estas casas de apostas estamos aumentando a prevalência do vício em jogo em uma parcela da população que vemos com preocupação: mulheres entre 30 e 40 anos e também jovens. É por isso que queremos nos concentrar nas diferentes fases pelas quais um jogador iniciante passará ao longo de sua vida”.
Com base neste testemunho, publicado na Rádio ADN, os deputados iniciaram um debate e receberam o presidente da Asociación Chilena de Casinos de Juegos, Juan Francisco Muñoz, que destacou que: “hoje em dia as casas de apostas aproveitam de uma atividade popular, como o futebol, para se apresentarem como operadores legítimos, quando, na realidade, não são”.
Por esta razão, os deputados do Comitê Esportivo, Daniel Manouchehri e Andrés Celis, exigiram que não só esta medida de proibição de patrocínio fosse aprovada, mas também que se avançasse na regulamentação geral do setor, a fim de favorecer a competitividade, que “significaria uma contribuição para a tesouraria, através dos impostos que eles teriam que pagar”.
Os patrocínios de casas de apostas e a regulamentação no Chile
Segundo dados oficiais, 11 dos 16 clubes da primeira divisão do país têm algum tipo de patrocínio, além da seleção chilena. Por este motivo, a proposta de proibição foi apresentada à Comissão Esportiva, apoiada pela Superintendência de Casinos de Jogos (SCJ), que emitiu um aviso aos operadores internacionais sobre os patrocínios ao esporte local.
“No Chile, apostar é ilegal, a menos que seja expressamente autorizado. Portanto, só a Polla Chilena de Beneficencia, Lotería de Concepción e Teletrak pode operar certos jogos de apostas ou apostas online. Qualquer outra pessoa física ou jurídica que o faça comete uma ofensa”, disse o regulador local.
O debate vem em paralelo com a proposta elaborada pelo Ministério das Finanças, que visa regulamentar os jogos de apostas e as apostas esportivas online. O projeto de lei já conta com o apoio dos operadores locais de cassino e de vários legisladores.
No entanto, a Polla já advertiu que eles são contra a regulamentação total. Eles concluíram: “Este projeto de lei tem em vista liberar e abrir o mercado protegido para que as casas de apostas entrem com um período para se adaptarem à regulamentação, para serem certificadas, mas isso não muda o paradigma que temos tido durante 84 anos como Estado, em manter o jogo controlado, regulado e autorizado por um organismo estatal”.