Após o ex-presidente Michel Temer (MDB), sancionar a lei que libera as apostas esportivas no Brasil, muitos clubes começaram a ver uma oportunidade de negócio utilizando-se do marketing esportivo.
Com o impasse envolvendo a Caixa Econômica Federal e os clubes de futebol (empresa patrocinava 25 clubes que disputaram as séries A e B do Campeonato Brasileiro em 2018), abre-se uma oportunidade ainda maior da inclusão das casas de apostas esportivas.
Estimativas indicam que esse tipo de marketing (agressivo na Europa) renderia mais de R$ 6 bilhões em receitas, com a projeção de um mercado sólido. A tendência é que o mercado brasileiro acompanhe o europeu nesse setor.
Na Inglaterra, os jogos tanto de futebol quanto as apostas esportivas têm tradições extremamente fortes, por esse motivo, as casas de apostas investem pesado em times de primeira e segunda divisões.
Na Premier League, metade dos times são patrocinados por sites de apostas. Na segunda divisão 70% das equipes têm empresas do segmento como parceiras.
O caso mais emblemático é o do Stoke City. O time, fundado em 1863, tem como maior investidor o site de apostas esportivas, Bet365. A empresa de jogos anunciou em 2017 o contrato de Naming Rights com o clube e o Britannia Stadium passou a se chamar Bet365 Stadium.
Mesmo com o patrocínio, os gigantes europeus não estampam as marcas em suas camisas. O maior contrato do gênero pertence ao West Ham, time de Londres, com 10 milhões de libras anuais com a empresa Betway.
Somando os nove times da Premier League patrocinados por empresas do segmento, na temporada 2017-2018, o valor ultrapassou R$ 220 milhões.
Na segunda divisão o valor foi de aproximadamente R$ 46 milhões (mais do que o dobro do que a Caixa desembolsou para todas as divisões do futebol brasileiro em 2018).
“O futebol brasileiro era um dos últimos que viviam sem esse mercado. A gente vê lá fora empresas desse setor patrocinando até a camisa do Real Madrid. A tendência é que esse mercado se abra no Brasil. Estamos só no início.”
O pensamento de Victor Simpson, gerente comercial do Fortaleza, que acertou um patrocínio de camisa com a NetBet. A empresa, sediada em Malta, já patrocina outros clubes ao redor do mundo.
Para Simpson, não houve receio em lidar com um parceiro de um universo ainda pouco conhecido no Brasil.
“Assim como todas as nossas parcerias, o contrato passa pelo setor jurídico para validação. Depois é encaminhado para aprovação da diretoria. Tivemos uma aceitação muito grande, em nenhum momento existiu uma corrente contrária”, afirmou o dirigente do Fortaleza.
Vale salientar que o clube cearense não terá participação nas apostas da NetBet. Portanto, o patrocínio será executado como qualquer outro, recebendo determinada quantia financeira por mês até o encerramento do contrato em dezembro.