Codere Busca Refinanciar Dívida de 800 Milhões de Euros

Codere tenta refinanciar uma dívida gigantesca para manter a estabilidade financeira.

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Codere Busca Refinanciar Dívida de 800 Milhões de Euros
Foto: Linkedin Codere

Codere decidiu pesquisar o mercado diante das dúvidas das agências de classificação sobre o impacto que a situação dos negócios na Argentina teria em suas finanças.

Por esse motivo, a empresa contratou o Bank of America Merrill Lynch em julho. A partir daí, banco fez pesquisas em Londres para entender se os investidores estavam dispostos a assinar os novos títulos.

A resposta teria sido boa. Mas a incerteza política na Argentina – onde o grupo obteve 40% de seus negócios até o ano passado – complicou seu cenário de negócios.

Devido à possível mudança na presidência da Argentina após as eleições primárias em meados de agosto e o risco de crédito do país obrigaram a Codere a reconhecer oficialmente uma queda em suas previsões do Ebitda nos primeiros nove meses do ano.


Sendo assim, o empreendimento teve que se antecipar e estimar que em 2020 possa ser ainda pior. Isso se em outubro a vitória de Alberto Fernández sobre Mauricio Macri for confirmada.

Por isso, Codere, que planejava lançar o refinanciamento na primeira semana de setembro, decidiu congelar a operação. Ao menos, até que o resultado final das eleições na Argentina fosse conhecido.

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O grupo espanhol também assinou uma aliança com a multinacional americana para construir o segundo hotel em forma de guitarra do mundo, no México.

O mais importante sobre essa questão, conforme definido, é que os títulos incluíam uma cláusula segundo a qual, no caso de fusão ou sendo objeto de uma oferta pública de aquisição (OPA), os investidores deveriam aceitar o comprador.

Com a inclusão dessa condição, no caso de Codere ser objeto de uma oferta, os novos detentores de títulos se tornariam investidores do novo negócio, sem o direito de recompra.

Essa cláusula é muito significativa, dada a participação acionária atual do grupo. Cujos 80% do capital estão nas mãos dos fundos que permaneceram quando a empresa – então dominada pela família Sampedro – não conseguiu pagar suas dívidas. Os obrigacionistas trocaram parte do passivo no capital e se tornaram os acionistas majoritários.