Os clubes Palmeiras e Athletico estão negociando com pelo menos duas casas de apostas para a venda de direitos de TV fechada.
Os representantes das empresas conversam com os clubes sobre a possibilidade de transmitir os jogos do Brasileirão de 2022 e viraram os principais concorrentes do SporTV, que tem interesse na compra.
Os dois times foram os únicos que não fecharam com o canal da Globo depois de a TNT desistir da transmissão do Nacional a partir do ano que vem. Coritiba, Juventude, Santos, Ceará, Fortaleza e Bahia também estavam em situação parecida, mas já fecharam o acordo com o SporTV.
Um novo modelo de acordo para transmissão
Nos primeiros contatos, o modelo debatido foi para que as casas comprassem os direitos, colocassem a transmissão em algum canal fechado, além de transmitir em uma plataforma própria que serviria para impulsionar as apostas entre usuários, a exemplo do que a TNT fazia.
Por conta da Lei do Mandante, os clubes poderiam negociar a transmissão de todos os jogos que fizerem em casa, mesmo que os rivais envolvidos tenham acordo com outras empresas.
Vale lembrar que Athletico e Palmeiras têm acordo com a Globo para a transmissão em TV aberta. No pay-per-view, apenas o Alviverde assinou com o Premiere, enquanto os curitibanos fecharam com a Jovem Pan.
As casas de apostas têm investido cada vez mais no futebol brasileiro, mesmo sem a atividade ser completamente legalizada no país. Também há um outro direito específico para streaming de betting que está sendo negociado à parte.
As parcerias das casas de apostas no futebol brasileiro
Segundo levantamento do advogado Eduardo Carlezzo, na séria A, 19 das 20 agremiações são patrocinadas por casas de apostas. Apenas o Cuiabá não tem esse tipo de patrocínio.
Já na Série B, são 14 times. Conforme Carlezzo, em 2018, o governo do então presidente Michel Temer sancionou a lei para que fossem criadas regras para o licenciamento da exploração de apostas esportivas de quota fixa no Brasil.
Em julho deste ano, o Congresso corrigiu uma distorção na cobrança de impostos nas casas de apostas. Antes os impostos incidiam sobre a receita total, sem levar em conta a premiação paga aos apostadores, agora a cobrança será pelo Gross Gaming Revenue (GGR), que é justamente a diferença entre a arrecadação bruta e a premiação paga.
“Ao fazer isso o Brasil fica em linha com as melhores práticas tributárias do setor, favorecendo a legalização do mercado e dificultando um pouco mais a proliferação do mercado negro”, afirmou Carlezzo.