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Polêmica com apostas esportivas no Chile deixa o futebol ‘contra’ o país

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Embora o Chile ainda esteja trabalhando na legislação para legalizar as apostas esportivas, diversos operadores apoiam os times de futebol do país. Isto começou a causar atritos entre a Associação Nacional de Futebol Profissional do Chile (ANFP) e o regulador chileno.

Pablo Milad, presidente da ANFP no Chile, falou em uma coletiva de imprensa que está pressionando para que haja um controle confortável das apostas esportivas se o Estado legalizar a atividade.

Os operadores são um player importante no financiamento do futebol chileno, com muitas marcas patrocinando diferentes clubes.

Uma investigação do Centro de Pesquisas Jornalísticas (CIPER) revelou uma conexão com o empresário argentino Fernando Felicevic. Esse relato ‘força’ a AFNP a se defender com relação às suas conexões e fontes de investimento.

Em meio à apresentação de um novo plano de segurança na ANFP e nos relatos da CIPER, o chefe do futebol chileno, Pablo Milad, reconheceu que Felicievic é representante de alguns operadores. Entretanto, ele sustenta que estas são “negociações de clubes privados”, nas quais a ANFP não está envolvida.

Milad acrescenta que, com as leis existentes, a organização deve estabelecer limites para o compartilhamento do patrocínio do futebol. No entanto, ao mesmo tempo, ele ressalta que a ANFP não tem que cortar laços.

Milad explica que “o futebol é muito diversificado em muitos aspectos e os representantes estão aproveitando a oportunidade para cobrir todas as áreas que eles podem legalmente fazer. Ele sente que a legalização das apostas esportivas deve vir não importa o que aconteça, mas o ambiente atual não impede que os apostadores apoiem suas equipes”.

Sobre a presença das casas de apostas no futebol chileno, Milad afirmou que elas são “um grande apoio para os clubes” e que contribuem para sua estabilidade econômica. Além disso, ele enfatizou que esta prática não é ilegal.

Milad indica que algo só é ilegal se violar a lei. Entretanto, não há nenhuma lei ou regulamento que proíba especificamente este tipo de patrocínio.

Perante o Comitê Esportivo da Câmara, Milad defendeu novamente sua posição. Além disso, ele criticou o projeto de lei que procura limitar as casas de apostas online, acrescentando que é errado “culpar o futebol pelas apostas em um país”.

“Se este projeto for aprovado como está, ele forçará a rescisão dos contratos de patrocínio, o que prejudicaria seriamente o futebol chileno que foi atingido pela pandemia”, disse Milad. Ele acrescentou que a renda proveniente destes acordos de patrocínio é equivalente a 7,8% do total recebido pelos clubes.

Em vez de ser proibido, Milad quer ver o Chile introduzir regulamentos inteligentes. Para este fim, a ANFP preparou uma proposta na qual o esporte e as apostas esportivas podem ter uma relação de simbiose inofensiva. Se o Chile seguir adiante com a proibição, Milad espera que a legislação proporcione um alívio.

É provável que a Premier League introduza uma proibição voluntária dos patrocínios de casas de apostas exibidos em camisas de clubes, mas introduzirá gradualmente os novos controles ao longo de três anos. A ANFP espera um lançamento semelhante por três anos devido às parcerias existentes.

A ilegalidade das apostas esportivas no Chile

Por sua vez, Manuel Zarate Campos, chefe do departamento jurídico da Autoridade Supervisora do Cassino, advertiu que “o desenvolvimento do jogo online no Chile é ilegal”.

Zarat observou que desde 2018, sua agência já enviou mais de 30 reivindicações ao Ministério Público relacionadas a plataformas online que operam sites de apostas ilegais. Enquanto isso, em maio e setembro do ano passado, ele enviou ao Self-Regulatory and Advertising Ethics Board e à ANFP relatórios para informá-los da natureza ilegal da exploração de jogos online no país.

Como resultado, de acordo com Zarate, a conclusão é que a lei proíbe qualquer atividade que o governo considere ilegal. Isto inclui a promoção e a publicidade de uma atividade.

A maneira mais fácil de se tratar o assunto é seguir a legislação e tomar uma decisão. Entretanto, é pouco provável que as ofertas de patrocínio desapareçam a menos que o Chile aborde especificamente o tema na discussão.

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