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Sem as receitas das apostas, CBF estuda novas regras para competições

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Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF. Fotos: Joilson Marconne / CBF

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) está considerando alterar as regras dos campeonatos para os clubes serem obrigados a contribuir com parte das receitas provenientes das casas de apostas.

Essa medida surge como uma reação à tentativa frustrada da entidade de ficar com uma fatia da arrecadação das apostas esportivas, atividade regulamentada recentemente no Brasil.

Tentativa frustrada da CBF com o governo

Inicialmente, a CBF tentou negociar com o governo para ficar com 5% da arrecadação bruta gerada pelas apostas no futebol. A proposta previa a divisão dessa receita com o governo, mas o veto impediu a implementação.

Após a negativa, a CBF mudou sua estratégia e agora busca assegurar uma parte dos recursos que os clubes recebem das casas de apostas. Esses fundos financiariam programas para combater a manipulação de resultados, uma questão crucial para manter a integridade das competições.

A entidade estima que o programa custaria cerca de US$ 15 milhões por ano, aproximadamente R$ 82 milhões, com base na cotação mais recente. Entretanto, a proposta enfrenta resistência dos clubes.

Foto: Lucas Figueiredo/CBF

Resistência dos clubes

Os clubes consultados se manifestaram contrários à nova proposta. Para eles, essa é uma obrigação da CBF, especialmente considerando que a entidade já recebe uma parte da receita das apostas feitas em jogos organizados por ela.

As equipes argumentam que a negociação com as casas de apostas é uma questão privada e que os recursos já destinados à CBF são suficientes para cobrir suas despesas.

Além disso, os clubes pressionaram o Ministério da Fazenda para que a legislação deixasse claro que os recursos das apostas esportivas pertencem à iniciativa privada. Essa solicitação visava evitar a fiscalização do Tribunal de Contas da União (TCU), mas o pedido foi negado.

A CBF tentou aumentar suas receitas através das apostas esportivas, mas essa estratégia falhou. Mesmo assim, a entidade continua buscando novas formas de financiar suas operações, especialmente no combate à manipulação de resultados.

Com a rejeição do governo e a oposição dos clubes, a CBF enfrenta um desafio significativo para encontrar um modelo de financiamento sustentável sem prejudicar as relações com os times e o governo.

Liga Forte União propõe acordo de transmissão do Brasileirão para casas de apostas

A Liga Forte União, representada pela empresa Live Mode, está negociando novas formas de transmissão dos jogos do Campeonato Brasileiro. A iniciativa inclui a venda de direitos de transmissão para TVs abertas e plataformas digitais, além de casas de apostas.

No entanto, essas ofertas enfrentam obstáculos devido aos horários propostos, que não se alinham com os padrões estabelecidos pela Confederação Brasileira de Futebol.

A Live Mode propôs duas cotas de patrocínio para as transmissões a partir de 2025. A primeira cota envolve pacotes de transmissão destinados a canais de TV aberta e plataformas digitais.

As transmissões ocorreriam aos sábados, às 16h, e nas quartas-feiras, às 19h. Além disso, as casas de apostas, como Betfair e Sportingbet, estão sendo abordadas para patrocínios, com expectativa de arrecadação de até R$ 500 milhões.

Foto: Divulgação

Oposição da CBF

Apesar do entusiasmo da Liga Forte, a CBF, que regula os horários dos jogos, não foi consultada sobre os novos horários. A entidade esportiva considera inviável a realização de partidas aos sábados, às 16h, devido ao curto intervalo entre jogos durante a semana.

Entretanto, há uma abertura para negociações em relação aos jogos nas quartas-feiras, às 19h, o que pode indicar uma flexibilidade futura. A Liga Forte ofereceu dois pacotes às casas de apostas: Golaço e Replay.

O pacote Golaço inclui 2.318 minutos de exposição, superando a oferta atual da Globo, e tem um valor de R$ 131 milhões. O pacote Replay, por sua vez, oferece 2.516 minutos de mídia, com conteúdos exclusivos sobre apostas antes e depois dos jogos. O valor deste pacote é de R$ 132 milhões.

Negociações com a Record

Além das casas de apostas, a Liga Forte também está em negociações avançadas com a Record para transmissão dos jogos em TV aberta. A proposta inicial é de R$ 200 milhões para o período de 2025 a 2027, com uma divisão de direitos com o YouTube.

A Liga Forte União é composta por clubes da Série A, como Athletico, Botafogo, Corinthians, Criciúma e Internacional, entre outros. Também inclui equipes da Série B, como América Mineiro, Ceará e Sport, ampliando o alcance da proposta.

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