A Caixa Econômica Federal planeja entrar no mercado de apostas online e já solicitou a licença federal. O lançamento da sua própria plataforma de apostas esportivas e jogos online está previsto para abril de 2025.
Essa decisão surgiu aproveitando o ritmo crescente desse tipo de negócio e também como forma de controlar o jogo excessivo.
Caixa e a regulamentação do mercado de apostas
A instituição financeira optou por aguardar a regulamentação completa antes de atuar no setor. O Ministério da Fazenda espera finalizar as normas até o fim do ano, com as principais regras em vigor em janeiro de 2025.
As portarias que regulamentam o tema começarão a vigorar ainda esta semana. O foco inicial da Caixa será em apostas esportivas, especialmente em eventos de futebol.
A Caixa Loterias foi uma das 113 empresas que solicitaram licença ao Ministério da Fazenda. Ou seja, apenas essas empresas poderão operar legalmente no Brasil a partir de 1º de outubro.
Para avançar nas apostas, a Caixa Loterias planeja selecionar um parceiro tecnológico por meio de uma concorrência. Esse parceiro irá desenvolver a plataforma de apostas.
Além disso, fornecerá as ferramentas essenciais para calcular probabilidades, gerenciar apostas e apresentar resultados de eventos. Essa estratégia visa garantir uma operação eficiente e competitiva.
Apostas direto nas lotéricas
Além das apostas online, o banco também pretende permitir que os jogadores façam suas apostas em pontos físicos nas casas lotéricas. Esse modelo tradicional se somará à nova modalidade, aumentando o alcance e a comodidade para os apostadores.
Então, com a exploração de jogos de loteria, a Caixa acumulou uma arrecadação de R$ 12,3 bilhões apenas no 1º semestre deste ano. Em comparação, no mesmo período de 2022, esse valor foi de R$ 10,34 bilhões.
Os dirigentes da Caixa esperam que a arrecadação das novas apostas online alcance cerca de 50% do total arrecadado pelas loterias tradicionais. Com isso, as receitas anuais podem ficar em torno de R$ 12 bilhões. Essa expectativa reflete a confiança no potencial do mercado de apostas online.
Assim, os objetivos da Caixa são:
- Diversificar suas fontes de receita
- Atrair um novo público para o banco
Um estudo recente do Banco Central mostrou que, entre janeiro e agosto, as transferências via Pix para casas de jogos variaram de R$ 18 bilhões a R$ 21 bilhões mensais. Além disso, a pesquisa revelou que a maioria dos apostadores tem entre 20 e 30 anos.
Curiosamente, aqueles com mais de 50 anos tendem a gastar mais. Esses dados ressaltam mudanças no perfil dos jogadores e nas tendências de consumo.
Essas informações levam a Caixa a crer que a entrada em um novo serviço de apostas online poderá atrair um público mais jovem. Para a instituição, a loteria tende a conquistar um perfil de consumidores acima dos 45 anos, o que minimiza a concorrência entre os dois segmentos.
Medidas de responsabilidade e restrição aos beneficiários do Bolsa Família
Preocupada com o bem-estar dos apostadores, a Caixa implementará medidas de controle nas suas plataformas de apostas. Haverá alertas para usuários que gastarem muito com jogos, além de orientações sobre despesas.
Na próxima semana, o governo federal deve anunciar ações para evitar o endividamento de pessoas mais vulneráveis. Uma das medidas consideradas como certas é bloquear o uso do cartão do Bolsa Família em plataformas de apostas.
O monitoramento dos gastos dos apostadores será feito pelo CPF, com o intuito de garantir responsabilidade no uso dos recursos.
Conforme o ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Wellington Dias, as medidas incluem a possibilidade de transferir a titularidade do benefício caso o responsável utilize os fundos para jogos.
A volta das raspadinhas
Além da nova plataforma de apostas, a Caixa se prepara para reintroduzir a popular “raspadinha“, uma loteria instantânea. Prevista para ser lançada em meados deste mês, os bilhetes poderão ser raspados manualmente nas lotéricas ou de forma virtual por meio de um app.
O custo será entre R$ 2,50 e R$ 20, com prêmios que podem variar de R$ 2,50 até R$ 2 milhões. A oferta das raspadinhas foi suspensa em 2015, mas, após revisão, a Caixa voltou a obter autorização para operação.
Dessa forma, isso irá ampliar ainda mais suas iniciativas em jogo e apostas no Brasil. Portanto, a reabertura desse modelo visa diversificar as opções para os apostadores e aumentar a arrecadação do setor.