Nesta quarta-feira, 16, o mercado latino-americano de jogos de apostas foi abordado em um dos painéis realizados no SiGMA Europe 2022, em Malta. A convenção, uma das mais importantes da indústria mundial, está recebendo milhares de representantes de marcas e profissionais do setor desde a última segunda-feira, 14.
Intitulado ‘LATAM – Uma pedra preciosa pronta para ser polida na indústria iGaming’, o debate contou com as participações de Roberto Regianini (FBMDS), Thomas Carvalhaes (Vai de Bob), Alessandro Valente (SuperAfiliados), Diego Salas (Altenar), Peter Murray (Veriff).
De fato, a América Latina está repleta de oportunidades interessantes a serem exploradas pelo setor de apostas. Jogadores, provedores de jogos e operadoras não apenas olham para todo o potencial da região, mas também estão ansiosos para conhecer as novidades que os próximos meses trarão.
O painel promoveu uma reflexão sobre a América Latina, apresentando possibilidades de criar sinergias entre fortes operações terrestres e digitais. Os comportamentos dos clientes e a análise de como as tendências de jogos estão crescendo em cada país, bem como a necessidade de superar alguns desafios ainda encontrados nos países da LatAM, como pagamentos ou legislação.
Painelistas destacam a necessidade de se adequar ao mercado brasileiro
Além disso, Roberto Regianini questionou a importância de firmar parcerias com empresas locais ao entrar nesses mercados. Thomas Carvalhaes, por sua vez, ressaltou que não ‘existe um mercado latino-americano’.
“A América Latina é grande, você não pode tratar a América Latina como um só mercado. Os brasileiros são muito relacionais, é preciso ter uma inteligência brasileira. Os cassinos são banidos do Brasil desde os anos 1940, é preciso educar o brasileiro a apostar com vídeo tutoriais, etc”, complementou Carvalhaes.
Alessandro Valente reforçou a necessidade de contar com parceiros ao começar a atuar no Brasil. “Os brasileiros são apostadores ilegais. É uma situação diferente. É preciso ter parceiros brasileiros. Não dá pra contratar alguém em Portugal para fazer o atendimento ao cliente no Brasil, não é nem a mesma língua. A localização é a chave e parceiros locais são vitais”, afirmou.
Carvalhaes voltou a destacar a relevância de educar a audiência e entender a cultura de cada país. “É preciso educar a audiência. Você coloca um brasileiro na frente de uma slot Machine e ele não sabe como fazer. É preciso ser mais claro sobre o que é a localização, o que isso quer dizer? Como você se relaciona com a sua audiência? É preciso entender a cultura. A comunicação deve ser voltada para cada país”.
Setor de apostas na Colômbia
Os participantes do debate também se aprofundaram na situação do mercado de jogos de apostas da Colômbia, primeiro país da América do Sul a ser regulado. “O mercado na Colômbia fez o trabalho muito bem, eles tem uma regulação muito similar à da Espanha”, apontou Regianini.
Carvalhaes também exaltou o modelo adotado no país. “Colômbia é o melhor exemplo para mim, é um campo de jogo saudável. É um mercado fantástico”.
Mas, Diego Salas fez um alerta: “Colômbia é o primeiro país da América do Sul a ser regulado. Agora o presidente quer taxar 30% e isso está fazendo com que os jogadores vão para outros mercados”.
Peter Murray apontou um caminho de unidade para proteger o mercado. “É importante que os reguladores façam as coisas certas. Todos devem fazer uma só voz para proteger o mercado”, finalizou.