Ícone do site iGaming Brazil

Plenário da Câmara finaliza votação de proposta de legalização das apostas

Plenário da Câmara finaliza votação de proposta de legalização das apostas

Relator do projeto, Felipe Carreras. Foto: Paulo Sérgio / Câmara dos Deputados

O Plenário da Câmara dos Deputados rejeitou nesta quinta-feira, 24, sete destaques e finalizou a votação do projeto de lei de legalização de apostas, incluindo cassinos, bingos, jogo do bicho e apostas esportivas (PL 442/91).

Agora, o projeto segue para avaliação do Senado. Mas, o líder do governo, deputado Ricardo Barros (PP-PR), declarou que o presidente Jair Bolsonaro vetará o projeto se ele for aprovado pelo Senado.

Os deputados concordaram com o parecer do deputado Felipe Carreras (PSB-PE), que oferece licenças permanentes ou temporárias. Cada estado poderá contar com um cassino, com a exceção de Minas Gerais e Rio de Janeiro, que poderão ter dois, e São Paulo, três.

Veja como ficou o texto de legalização das apostas

Tributação

A tributação dos jogos esteve entre as questões mais polêmicas da votação na Casa. Um dos destaques do PT, rejeitado pelos deputados, queria aumentar a alíquota da Cide de até 17% para 30%, com a incidência sobre a receita bruta no lugar do lucro.

“O modelo de tributação é muito generoso com os jogos, com alíquota pequena diante da carga tributária de outros setores”, disse o líder do partido, Reginaldo Lopes (PT-MG).

O 1º vice-presidente da Câmara, deputado Marcelo Ramos (PL-AM), declarou que a carga tributária dos jogos de apostas será inferior do que a de alimentos da cesta básica. “Uma atividade mais danosa deve pagar mais e outra menos danosa, menos. A cerveja paga mais tributo do que a água”, comparou.

O deputado Felipe Carreras observou que o sistema de tributação deveria oportunizar a atração de investimentos. Conforme o relator, a alíquota ainda será menor do que a do segmento de entretenimento (16,33%). “Não se pode comparar o quilo de arroz com entretenimento. Queremos incentivar a geração de empregos e renda”, declarou.

Deputados da oposição também reclamaram de ponto que isenta a exploração de jogos e apostas de quaisquer outras contribuições ou impostos. “A isenção deve ser rapidamente cassada, por ser inconstitucional”, disse o deputado Gilson Marques (Novo-SC).

Cassinos

Segundo o texto, os cassinos poderão ser abertos em resorts como parte de um centro de lazer integrado, que precisará conter, ao menos, 100 quartos de hotel de alto padrão, locais para reuniões e eventos, restaurantes, bares e centros de compras.

A área física do cassino necessitará ser, no máximo, igual a 20% da área construída do complexo, podendo ser explorados jogos eletrônicos e de roleta, de cartas e outras modalidades autorizadas.

Para definição dos lugares onde os cassinos poderão ser abertos, o Poder Executivo precisará levar em conta a existência de patrimônio turístico e o potencial econômico e social da região. Cada grupo econômico poderá obter somente uma concessão por estado, e o credenciamento será realizado por leilão público na modalidade técnica e preço.

Adicionalmente, o Poder Executivo poderá conceder a exploração de cassinos em complexos de lazer para até dois estabelecimentos em estados com dimensão superior a 1 milhão de quilômetros quadrados (Amazonas e Pará).

Cidades turísticas

Em localidades classificadas como polos ou destinos turísticos, será autorizada a abertura de um cassino, independentemente da população do estado em que se situam.

O projeto de legalização das apostas estabelece esses lugares como aqueles que contam com identidade regional, infraestrutura apropriada e oferta de serviços turísticos, grande presença de turistas e título de patrimônio natural da humanidade, além de ter o turismo como importante atividade econômica.

Além disso, um cassino turístico não poderá estar a menos de 100 quilômetros de qualquer cassino integrado a complexo de lazer.

Navios

Novidade em relação a versões anteriores do texto é o funcionamento de cassinos em embarcações fluviais, sendo um para cada rio com 1,5 mil km a 2,5 mil km de extensão; dois para cada rio com extensão entre 2,5 mil km e 3,5 mil km; e três por rio com extensão maior que 3,5 mil km.

Essas embarcações não poderão permanecer em um local por mais de 30 dias seguidos, e a concessão poder ser cedida para até dez estabelecimentos. Esses navios deverão ter, no mínimo, 50 quartos de alto padrão, restaurantes e bares e centros de compra, além de locais para eventos e reuniões.

Bingo

Em relação aos bingos, o projeto permite sua exploração permanente somente em casas de bingos, permitindo-se a cidades e ao Distrito Federal explorarem esses jogos em estádios com capacidade acima de 15 mil torcedores.

Todavia, as casas de bingo deverão ter capital mínimo de R$ 10 milhões. A área mínima é de 1,5 mil metros quadrados, onde poderão ficar até 400 máquinas de videobingos. Caça-níqueis serão proibidos.

Pelo texto, será credenciada, no máximo, uma casa de bingo a cada 150 mil habitantes. Os lugares licenciados contarão com autorização de 25 anos, renováveis por igual período.

Jogo do bicho

Para a legalização do jogo do bicho, o projeto demanda que todos os registros da licenciada, seja de apostas ou de extração, sejam informatizados e com possibilidade de acesso em tempo real (on-line) pela União, por meio do Sistema de Auditoria e Controle (SAC).

Os interessados necessitam comprovar capital social mínimo de R$ 10 milhões e reserva de recursos em garantia para pagamento das obrigações e deveres definidos na proposta, exceto ao prêmio, podendo ser no modo de caução em dinheiro, seguro-garantia ou fiança bancária.

O credenciamento será por prazo de 25 anos, renovável por igual período se observados os requisitos. Poderá haver, no máximo, uma operadora desse jogo a cada 700 mil habitantes do estado ou DF.

Naqueles com menos de 700 mil habitantes, deverá haver somente uma credenciada para o jogo do bicho. O resgate de prêmios até o limite de isenção do Imposto de Renda não precisará de identificação do apostador.

Funcionamento provisório

Se depois de um ano da vigência da futura lei não houver regulação, será permite a operação provisória de videobingo, bingo e jogo do bicho em todo o Brasil até a elaboração das normas.

Sair da versão mobile