Cerca de 2,5 bilhões não foram requisitados por apostadores nas loterias da Caixa desde 2015. Apenas no ano passado, R$ R$ 586,8 milhões foram ‘esquecidos’. O maior prêmio único de loteria já esquecido na história foi de um jogador que não apareceu e deixou de embolsar R$ 162,2 milhões. A aposta feita em São Paulo acertar os seis números da Mega da Virada em 2020.
O apostador, que teve a identidade mantida em sigilo, procurou o Procon paulista para se queixar do caso, todavia, não conseguiu receber a bolada. Isso porque o prazo para buscar a Caixa Econômica Federal é de 90 dias depois do sorteio e somente o vencedor pode solicitar a liberação do valor.
Quantias esquecidas da loteria
De acordo com informações anunciadas pela Caixa, cerca de R$ 2,5 bilhões não foram entregues entre 2015 a 2021. As premiações correspondem aos valores da Mega-Sena, Dupla-Sena, Quina, Lotofácil, Lotomania e Loteca:
- 2021 – R$ 586,8 milhões
- 2020 – R$ 311,9 milhões
- 2019 – R$ 331,9 milhões
- 2018 – R$ 332,2 milhões
- 2017 – R$ 326 milhões
- 2016 – R$ 320,4 milhões
- 2015 – R$ 301,3 milhões
Destino dos prêmios ‘esquecidos’ na loteria
Sempre que os valores não são solicitados, o valor é destinado totalmente ao Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), programa do governo federal que auxilia estudantes de baixa renda a entrarem no ensino superior em instituições privadas, conforme determina a Lei 13.756/18.
Um jogador de Minas Gerais tinha acertado as dezenas de um sorteio que lhe renderia 8 milhões de reais – a premiação era dividida com outro vencedor, chegando a R$ 16 milhões. O que ele não esperava era que a sua esposa jogasse o bilhete no lixo.
Em 2010, em Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul, 40 participantes de um bolão acertaram os números de um bilhete da Mega-Sena. A quantia estava acumulada em R$ 53 milhões. Mas, a funcionária da casa lotérica se esqueceu de fazer o registro da aposta. Os apostadores, que não solicitaram o comprovante, tentaram acionar a Justiça contra a Caixa e a lotérica, só que não conseguiram receber.
Casos de azarados pelo mundo
Não é apenas no Brasil que essa situação ocorre. Um vencedor de US$ 5,3 milhões não notou que tinha um bilhete premiado e perdeu o momento para solicitar a quantia. Esse caso aconteceu em 1995 com Clarence Jackson, apostador americano de Connecticut.
Com o pai enfrentando uma doença terminal e a mãe diabética, o homem, então com 25 anos, não se preocupou em checar o resultado. A irmã dele escutou na rádio que o vencedor não tinha aparecido e que o prazo se encerraria à meia-noite daquele dia. Ao conferir os bilhetes antigos, descobriu que era o ganhador. Todavia, como era domingo, não conseguiu validar o documento na sede da loteria.
Outro caso se sucedeu em Nova York, nos Estados Unidos. Erick Onyago havia adquirido três bilhetes da maior loteria americana, em março de 2013. No dia da conferência do resultado, entrou no site e viu que não tinha ganhado, descartando o papel. Dias depois, percebeu que havia olhado os números do concurso anterior, que não foram atualizados a tempo. Ele teria direito a US$ 1 milhão.
Enquanto no Reino Unido, um casal perdeu o bilhete premiado estimado em mais de 3 milhões de euros, o correspondente a cerca de R$ 16 milhões, na cotação atual. Em 2001, Martyn e Kate Tott assistiram na TV que a loteria procurava o vencedor que não havia aparecido. Sabedores das dezenas que tinham jogado, o casal realizou uma varredura em casa, porém, não acharam o bilhete premiado.