Três casas de apostas comunicaram possíveis fraudes sobre cartão de Bruno Henrique

Segundo a polícia, uma das empresas chegou a suspender o pagamento dos prêmios.

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Três casas de apostas comunicaram possíveis fraudes sobre cartão de Bruno Henrique
Jogador Bruno Henrique - Foto: Reprodução redes sociais do Flamengo

Três operadoras de apostas comunicaram sobre possíveis fraudes nas apostas do cartão amarelo recebido por Bruno Henrique, do Flamengo. Esse fato reforça as suspeitas de manipulação de mercado de cartões, conforme o inquérito da Polícia Federal que resultou no indiciamento do atacante, na última segunda-feira (14).

De acordo com informações, o órgão também afirmou que duas empresas de integridade esportiva concluíram pela mesma análise de suspeita de fraude na partida em que o jogador atuou. O atleta tomou o cartão suspeito em partida contra o Santos, no Brasileirão 2023.

Um dos relatórios, inclusive, contou que causou preocupação, do ponto de vista da integridade, o volume de apostas para que Bruno Henrique recebesse um cartão.

Além disso, outra empresa teria relatado a ocorrência de nove apostas do valor máximo nesse quesito, em aproximadamente três horas. Outro fator preocupante é que a maioria destas apostas foi oriunda de contas recém-criadas.

A localização dos apostadores também chamou a atenção da operadora. Principalmente pela grande concentração de apostas sediadas em Belo Horizonte, cidade de Bruno Henrique.

Número excessivo de apostas em cartão amarelo de Bruno Henrique

Conforme uma das operadoras, 98% das apostas do mercado de cartões foram direcionadas ao atleta. Desta forma, por suspeita de manipulação, foram suspensas as ofertas desse mercado um dia antes do jogo.

Uma delas teria oferecido a probabilidade de 32% de sucesso de Bruno receber um cartão na partida, a partir do histórico do atleta. Até aquele momento, ele tinha recebido sete cartões amarelos nas 38 partidas anteriores disputadas.

“Aspectos lógicos não poderiam explicar o anormal interesse dos apostadores no recebimento de cartão por Bruno Henrique”, consta no documento.

O relatório apontou para a hipótese de conhecimento prévio dos apostadores no recebimento de cartões pelo atleta, “o que também pressupõe, nessa ótica, a participação do mesmo e sua vinculação direta ou indireta com os apostadores”.

Ainda de acordo com a polícia, uma das empresas suspendeu o pagamento dos prêmios em virtude da suspeita de fraude, no pós-jogo e dias subsequentes, chegando em alguns casos até a meses depois, com diversas conversas sobre o tema.

A Polícia Federal disse que não irá se manifestar sobre o caso.

Em nota, o Flamengo afirmou que não foi comunicado oficialmente. “O clube tem compromisso com o cumprimento das regras de fair play desportivo, mas defende, por igual, a aplicação do princípio constitucional da presunção de inocência e o devido processo legal, com ênfase no contraditório e na ampla defesa, valores que sustentam o estado democrático de direito”, diz o texto.