Os problemas da Sportpesa no Quênia foram agravados em fevereiro, quando o gigante das apostas perdeu três grandes contratos de patrocínio no exterior. Apesar disto, a empresa garantiu que, em cada caso, os acordos foram prematuramente concluídos após acordos mútuos.
No início do mês, a Associação de Futebol da Irlanda (FAI) anunciou que encerraria sua parceria de dois anos com a empresa, depois de apenas um ano. A FAI apenas declarou que estava “reavaliando seu portfólio de parcerias” e “mudando prioridades”.
Sportpesa garantiu que a decisão foi “mútua”. “Como uma organização que leva a sério o jogo responsável, entendemos a nova abordagem adotada pela FAI em relação a suas parcerias com o setor de jogos”, afirmou a casa de apostas em comunicado.
Sportpesa perde contratos ao redor do mundo
No entanto, a história se repetia com outras organizações. O time da Premier League, o Everton FC, cuja camisa azul tinha o logotipo da Sportpesa desde 2017, também anunciou que encerraria o contrato (que estava previsto para 2022) no final desta temporada, em maio.
O Everton também não deu suas razões, mas a descreveu como uma “decisão difícil” – que “nos permitirá cumprir melhor nosso plano comercial e aproveitar as novas oportunidades que nos são oferecidas”.

Posteriormente, seu parceiro de Fórmula 1, Racing Point, anunciou que substituiria a Sportpesa como patrocinadora pela empresa de tecnologia da água BTW. Quando perguntado durante uma conferência de imprensa, o chefe da Racing Point, Otmar Szafnauer, deu mais detalhes.
“Eles tiveram algumas dificuldades no mercado doméstico. Eles ainda querem se envolver, mas talvez em um nível diferente – não como patrocinador do título”, continuou Szafnauer. “Então, ainda estamos conversando e esperamos que também possamos incluí-los como novos parceiros”.

Um porta-voz da casa de apostas também refutou os comentários de Szafnauer, dizendo que o acordo com o Racing Point estava fechado dentro do cronograma “no final do contrato inicial de 12 meses”. Quando inicialmente anunciado, no entanto, a Sportpesa classificou como “um contrato de vários anos”.
Situação no mercado queniano de apostas
Não se sabe se as dificuldades em seu mercado doméstico foram o fator determinante para esses eventos. Originalmente, a empresa recebeu uma nova permissão do Conselho de Controle e Licenciamento de Apostas por não pagar impostos relacionados a uma nova e controversa taxa sobre os ganhos dos jogadores.
Para garantir que a Sportpesa não pudesse operar até que fosse cumprida, o governo ordenou que a gigante das telecomunicações Safaricom parasse de realizar os pagamentos à empresa.
Após meses de duras negociações com o governo, a Sportpesa foi liberada pela autoridade tributária para retornar ao mercado em novembro. Agora, quatro meses depois, sua licença ainda está sendo mantida com novos procedimentos de verificação de segurança.
O órgão regulador divulgou que o número de operadoras quase caiu pela metade no Quênia desde a introdução do novo regime, partindo de 117 para apenas 65 atualmente.
“O Quênia estava sendo transformado lentamente em um país de apostas. A mania era séria e se espalhou por todos os setores, então sentimos que algo tinha que ser feito”, consta no comunicado oficial.