O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, pediu a abertura de inquérito pela Polícia Federal para investigar manipulação de resultados em competições esportivas. A ação foi tomada, nesta quarta-feira, 10, depois a divulgação de que atletas de clubes das principais divisões do futebol brasileiro estariam sendo considerados suspeitos de atuar em conjunto com quadrilhas que realizavam apostas esportivas.
Flávio Dino afirmou agir diante de indícios de manipulação em competições esportivas, com repercussão interestadual e até internacional. “Estou determinando hoje que seja instaurado Inquérito na Polícia Federal para as investigações legalmente cabíveis”, disse o ministro. Alguns clubes de futebol, por sua vez, resolveram afastar atletas que estariam sob investigação.
A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) encaminhou ofício ao Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) relacionado as recentes informações sobre a manipulação de resultados no futebol, assegurando que tem tomando providências para coibir e punir a prática de tais ilícitos.
Conforme a entidade que organiza o futebol no país, porém, ela não tem poder de polícia e, por isso, considera crucial cooperar com as autoridades públicas para buscar a prevenção geral e a punição destas infrações. E sugere ao ministro que, em atenção à Constituição Federal, ao Código de Processo Penal e às demais leis que regem a matéria, seja designada força tarefa/autoridade para que possa centralizar e controlar as investigações a bem do interesse público.
Operação Penalidade Máxima investiga manipulação de resultados na Série A do Brasileirão
A CBF contou ao ministro que tomou conhecimento, informalmente, por meio da imprensa, de que a Polícia Civil e o Ministério Público de vários estados vêm instaurando investigações para a apurar a possível prática de manipulação de situações de jogo no futebol brasileiro, dentre as quais é exemplo recorrente na mídia a denominada “Operação Penalidade Máxima”.
A Confederação, responsável pela organização de campeonatos de alcance nacional e, também, pela administração do futebol brasileiro, afirma que tem interesse direto na apuração e punição de eventuais envolvidos nesse tipo de crime.
“É interesse direto da Constituição Federal que a Polícia Federal apure infrações cuja prática tenha repercussão interestadual ou internacional e exija repressão uniforme, muito embora alguns dos crimes possivelmente praticados em decorrência da manipulação de resultados seja de competência estadual”, consta no ofício enviado pela CBF ao Ministério da Justiça e Segurança Pública.
Além disso, a CBF se colocou inteiramente à disposição para repassar o que for considerado de interesse público para que as apurações cheguem a um bom termo, se comprometendo a conceder acesso a todos os documentos e dados que a autoridade julgar pertinente.