A Polícia Federal (PF) indiciou Bruno Henrique, atacante do Flamengo, acusado de fraudar o resultado de uma partida do Brasileirão 2023 diante do Santos. O relatório da PF apresentou imagens de conversas entre o atleta e familiares, realizadas nos dias que antecederam o confronto.
Neste domingo (20), em reportagem exibida pelo Fantástico, o advogado criminalista Ricardo Pieri Nunes, responsável pela defesa de Bruno Henrique, declarou que as mensagens apresentadas não refletem todo o contexto.
Ricardo Pieri Nunes afirmou: “O atleta Bruno Henrique é conhecido e respeitado por sua simplicidade e comprometimento com o esporte. Nunca esteve envolvido em esquemas de apostas. Pelo contrário, acredita que o negócio de apostas deveria sofrer cada vez mais restrições pelas autoridades.
As distorções que estão sendo causadas pela interpretação e divulgação indevida de mensagens privadas, fora de contexto, serão esclarecidas no curso do processo. O atleta confia que o Poder Judiciário oportunamente corrigirá a injustiça que está sendo cometida”.

Ricardo Pieri Nunes já atuou pelo Flamengo em outras situações. Em 2019, trabalhou no caso da tragédia do Ninho, quando dez atletas de base morreram em um incêndio ocorrido no alojamento do clube.
Além disso, defendeu Bruno Henrique em 2020 após o jogador ser acusado de utilizar uma carteira de habilitação falsificada.
Em abril de 2022, após confessar, Bruno Henrique firmou um acordo de Não Persecução Penal (NPP) com a Justiça. Como parte do acordo, pagou multa de R$ 100 mil e destinou valores a quatro entidades sem fins lucrativos.
Entenda o caso de Bruno Henrique
Atualmente, Bruno Henrique responde por indiciamento baseado no artigo 200 da Lei Geral do Esporte — onde fraudar, de qualquer modo, o resultado de evento esportivo prevê pena de dois a seis anos de prisão. O atleta também enfrenta acusação de estelionato, com pena prevista entre um e cinco anos de reclusão.
No âmbito esportivo, o Flamengo pode sofrer mais consequências. A pena pode alcançar dois anos de suspensão e até banimento do futebol. A Operação Penalidade Máxima, originada em 2023, puniu atletas envolvidos em casos de apostas, registrando suspensões de 360 a 720 dias, além de banimentos definitivos.
Apesar do indiciamento, o jogador seguiu com a delegação do Flamengo para Quito, no Equador. A equipe enfrentará a LDU nesta terça-feira, às 19h, válida pela terceira rodada da fase de grupos da Libertadores.